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Mesa-redonda

Com lista diversificada de abordagens, mesas-redondas integram agenda de três dias da Reditec

Temas variaram entre saúde mental, acesso e transformação digital, economia solidária e empreendedorismo

Publicada por Cleyton Nascimento em 09/11/2023 Atualizada há 6 meses, 1 semana

A Reditec trouxe ao público uma lista diversificada de atividades. Entre elas, a realização de mesas-redondas, que aconteceram nos três dias do evento. Na terça, foram cinco. Com temas variando entre saúde mental, acesso e transformação digital, economia solidária e empreendedorismo, na quarta e quinta, outras sete mesas foram realizadas. Dando destaque a duas delas - Novos tempos, novos rumos em Liderança e Transformação Digital no Serviço Público e Saúde Mental e o trabalho dos profissionais de Educação: construindo novos rumos - abaixo, o resumo das atividades:

Novos tempos, novos rumos em Liderança e Transformação Digital no Serviço Público

Mediação: Patrícia Maia, assessora no Ministério da Gestão e da Inovação (MGI).

Debatedores:

  • Anderson Costa, da Secretaria de Governo Digital do MGI;
  • André Gustavo, professor do IFRN; e
  • Robercy Alves da Silva, professor do IFRN.

“O mundo está mudando”. Foi com essa afirmação que o analista de Tecnologia da Informação da Secretaria de Governo Digital do Ministério de Gestão da Informação (MGI), Anderson Costa, iniciou a mesa-redonda “Novos Tempos, Novos Rumos em Liderança e Transformação Digital no Serviço Público”. O evento aconteceu na tarde da quarta-feira (8/11), no Palco Rio Potengi do Centro de Convenções de Natal, sede da Reditec em 2023.

A ação teve o objetivo de refletir sobre as inovações e transformações digitais na sociedade, bem como de que forma elas podem colaborar para o ensino e para a liderança. Além de Costa, a mesa contou com a presença dos professores André Gustavo e Robercy Alves da Silva, IFRN, com mediação da professora Patrícia Maia, também do IFRN, que atua como assessora do MGI.

Para Anderson, é necessário se preparar para poder aproveitar as ferramentas dispostas pela tecnologia. “A bola da vez, que está mudando nossa perspectiva de mundo, é a inteligência artificial. Precisamos entender esse momento para poder melhorar a questão da liderança e poder criar um ambiente em que todos os servidores do Institutos Federais aproveitem o potencial da tecnologia e entreguem esse potencial para quem está aprendendo, ou seja, os estudantes”, disse.

As palavras-chave do momento foram “tecnologia” e “liderança”. Sobre esta última, o professor André Gustavo afirmou que, para ser um bom líder, é necessário participar do processo em que está inserido. “É preciso dialogar e agir, senão, a gente fica preso no operacional. Se a gente ficar preso à rotina, muito pouco será desenvolvido. Se a gente não explora as relações humanas, estaremos, sempre, um paço atrás”.

O professor Robercy deu seguimento à discussão, trazendo a reflexão sobre a importância da relação entre os meios social, digital e físico. “Precisamos pensar e criar possibilidades, novas visões, novos desafios, até para nós mesmo, integrando essas três áreas. Assim como o mundo se transformou, um líder precisa, também, se transformar”, finalizou.

“Que Rede queremos?”

Mediação: Maria Leopoldina Veras, presidente do Conif.

Debatedores:

  • José Arnóbio de Araújo Filho, reitor do IFRN;
    Alysson Santos Barreto, coordenador do Fórum de Dirigentes de Ensino, do IFS;
  • Juliana Souza de Andrade, coordenadora do Fórum de Planejamento, do IFPE;
  • Joélia Carvalho, coordenadora do Fórum de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, do IFCE; e
    Geísa d’ Ávila Ribeiro Boaventura, coordenador do Fórum de Extensão, do IF Goiano.

Após a apresentação do espetáculo Poemas Beneditos, a manhã da quarta-feira, 8/11, da Reditec começou com fala do professor Arnóbio, que resgatou a necessidade de pensar a educação como política de estado para que se realize a real mudança. “Nós enquanto servidores, precisamos pensar nas pessoas. E precisamos ter empatia para isso. Precisamos olhar o outro como se fosse para nós mesmos.”, declarou.

A sua fala foi seguida pelos coordenadores dos fóruns, guiados pela mediadora, que compartilharam relatos da importância da Rede Federal em suas vidas, e também expuseram seus anseios diante do planejamento, das estratégias e visão de futuro dentro do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, que formam a Rede que queremos.

TV Box: da ilegalidade à ampliação do acesso digital na Rede Federal

Mediação: Carla Pires, presidente do Fórum de TI da Rede Federal.

Debatedores

  • Tarso Latorraca, diretor de Gestão em TI do IFRN;
  • Wyllo Marques Ferreira Júnior, delegado da Receita Federal; e
  • Marcelo Bregagnoli, diretor de Desenvolvimento da Setec/MEC.

A composição se fez no intuito de que se falasse sobre o redirecionamento de materiais apreendidos pelo órgão para os institutos federais em prol do melhor desenvolvimento dos alunos. A mesa teve como foco o uso de aparelhos de TV Box, material que seria descartado e foi reaproveitado pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte, para garantir a acessibilidade para estudantes de baixa renda. Além disso, também foi apresentado por Tarso Latorraca, diretor de Gestão em TI, a utilização do aparelho em como solução para questões institucionais.

Economia solidária na Rede Federal: panorama e perspectivas

Mediação: Monique Fonseca Cardoso, coordenadora IF Sol, Campus João Câmara do IFRN

Debatedores:

  • Patrícia Barcelos, da Setec/MEC;
  • Renata Pinho Studart Gomes, diretora do Departamento de Projetos da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes); e
  • Diogo Ferreira de Almeida Rêgo, professor do IFAL e representante da Rede IF Ecosol.

"É um importante espaço para a gente refletir o objetivo da Rede Federal, que é inserir nossos alunos no mundo do trabalho, e não no mercado do trabalho. Isso tem um significado, porque o mundo do trabalho compreende o trabalho com carteira assinada, que está em declínio no Brasil cada vez mais, o empreendedorismo individual e o empreendedorismo coletivo, que é economia solidária. Inclusive isso está na nossa lei. Boa parte dos nossos alunos são trabalhadores da economia solidária, são membros de associações, de cooperativas, então, é importante, cada vez mais, a gente inserir esse tema nos espaços da Rede Federal", disse Diogo Rêgo, professor do do Instituto Federal de Alagoas e representante da Rede IF Ecosol.

Como encaminhamento, Patrícia Barcelos, diretora da Setec/MEC, convidou a Rede Fecosol, composta por servidores da Rede Federal que trabalham com a economia solidária, para integrar os grupos de trabalho que estão debatendo a política nacional de educação profissional e tecnológica.

Pós-Graduação stricto sensu na Rede Federal

Mediação: Joélia Marques, presidente do Fórum de Pesquisa do Conif

Debatedores

  • Mercedes Bustamante, presidente da Capes;
  • Leopoldina Camelo, reitora do IF Sertão-PE e presidente do Conif; e
  • Marcelo Bregagnoli, diretor de Desenvolvimento da Rede, na Setec/MEC.

A questão central da mesa-redonda foi o papel da Rede Federal e sua vinculação com a pós-graduação stricto sensu, com a demonstração de que a Rede trabalha em diversas vertentes dentro da verticalização do Ensino nas suas diferentes modalidades.

“Às vezes, a Rede Federal, com unidades como os Institutos, os Cefets e o Colégio Dom Pedro II, muitas vezes é a única opção de oportunidade para a sociedade em um raio de 100, 200, 300, 500 quilômetros. Destaca-se a importância dessa vinculação com a qualidade, principalmente em relação à inserção social e aos arranjos produtivos locais e sociais. Na mesa, a presidente do Conif, professora Leopoldina, colocou os pontos de demandas da rede, e a presença da professora Mercedes Bustamante, presidente da Capes, reforçou o apoio à Rede Federal. Sua presença e deliberação sempre defendem a importância da Rede, o que foi um destaque na mesa", comentou Marcelo Bregagnoli, diretor de Desenvolvimento da Rede, na Setec/MEC.

Políticas afirmativas da Rede Federal para a ampliação dos espaços sociais ocupados por mulheres
Mediação: Francinaide de Lima, diretora de pós-graduação do IFRN

Debatedoras

  • Ana Paula Palheta, reitora do IFPA;
  • Jaqueline Gomes de Jesus, professora do IFRJ; e
  • Rebecka de França, coordenadora de Diversidade Sexual e Gênero do Governo do Estado do RN.

Intitulado "Políticas afirmativas da Rede Federal para a ampliação dos espaços sociais ocupados por mulheres", o momento de debate teve momentos como a fala de Jacqueline Gomes de Jesus, professora do IFRJ, sobre a importância das políticas afirmativas para mulheres, destacando que elas são essenciais para a transformação da realidade brasileira. "Não é um favor para mulheres, negras, LGBTs, pessoas indígenas, pessoas com deficiências, todos os grupos historicamente discriminados por desigualdades afirmativas", afirmou.

Fortalecimento dos ambientes de empreendedorismo e inovação da Rede Federal
Mediação: Jadir Pela, reitor do Ifes

Debatedores:

  • Edward Madureira, assessor da presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep);
  • Carla Jardim, diretora de Articulação e Fortalecimento da Setec/MEC; e
  • João Hélio, diretor técnico do Sebrae/RN.

A mesa teve o objetivo de debater a importância dos programas de investimento em ciência. Edward falou sobre como a ciência e a inovação precisam estar presentes na vida das pessoas. “Assim como a energia e o saneamento, a conectividade, a ciência e a tecnologia são básicos e necessários” afirmou.

Saúde Mental e o trabalho dos profissionais de Educação: construindo novos rumos
Mediação: Lorena Faustino, diretora de Gestão de Pessoas do IFRN

Debatedoras:

  • Fernanda Marques;
  • Cynthia Mota; e
  • Carol Campos.

Saúde mental. O tema abriu os trabalhos desta quinta-feira (09/11) na Reditec 2023. A plenária contou com a mediação de Lorena Faustino, diretora de Gestão de Pessoas do IFRN e as debatedoras Cynthia Mota, Fernanda Marques e Carol Campos, todas psicólogas do IFRN.

A vivência no trabalho e como isso pode potencializar a doença mental foi o primeiro assunto, discutido por Cynthia Mota. Ela destacou que a lista de doenças mentais relacionadas ao ambiente profissional pelo Ministério da Saúde está defasada, com normativas de 1999.

A psicóloga tratou ainda sobre os transtornos provenientes de fatores pontuais, como divisão de tarefas, políticas de gerenciamento de pessoas e estrutura hierárquica. “Estamos vivendo a sociedade do cansaço”, disse. Já Cynthia listou os riscos psicossociais do contexto e conteúdo do trabalho: papel na organização; desenvolvimento de carreira, interface trabalho-casa, latitude de decisão e controle, horário de trabalho e carga horária.

Já Fernanda Marques abordou o aumento do adoecimento mental em profissionais da educação como um tema multifatorial. “Existe dificuldade de o indivíduo reconhecer o seu estado de saúde mental e de estabelecer o nexo causal entre o sofrimento mental e o trabalho. Isso causa a subnotificação dos casos” ressaltou a psicóloga.

A debatedora chamou atenção também para a exaustão que não se resolve com descanso. “Quando o servidor adoece ele se afasta do ofício e depois volta para as mesmas condições de trabalho de quando saiu. Então adoecer novamente será uma questão de tempo. O servidor faz sua parte a instituição deve fazer também a sua”, explicou.

Para a psicóloga Carol Campos, coube a tarefa de debater sobre proposições para o fortalecimento mental dos trabalhadores em educação. “Reavaliar a rota é o caminho. Trabalhar não é apenas uma atividade produtiva”, concluiu.

Para Carol essas são metas para a construção de ambientes de trabalho responsavelmente produtivos:

- Atividades de conscientização, com intervenções individuais;

- Ações de desenvolvimento para os gestores na área de saúde mental;

- Estabelecer confiança e respeito interpessoais, aprendizagem compartilhada e engajamento dos servidores; e

- Investir em capacitação.

Palavras-chave:
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